Isolamento e modos de vida

Dentro desse nosso trajeto na clínica do AT e saúde mental, fica impossível dissociar as experiências de isolamento da escuta clínica, cada vez mais temos recebido demandas e escutado relatos de sofrimentos decorrentes de um isolamento, mas não só.

E se tem mais uma coisa que a clínica nos ensina, é sobre as possibilidades de “brincar” com sentidos, nada pode ser visto como algo único, cristalizado, então seria audacioso demais tentarmos localizar o isolamento apenas como um produtor de sofrimento.

Sempre que nos deparamos com este fenômeno, o isolamento, tido aqui como um evitar contatos, surgem questões como: que isolamento é esse? Alguém está sofrendo disto? Quem? Ao que responde a retirada do investimento em relações, pessoas, objetos, atividades?

De algum modo, na pandemia, o isolamento atravessou a vida de muitas pessoas, nos vimos privados do que até então era o habitual de cada vida, contatos, afetos, ambientes. Foi fácil achar na internet “manuais” de como lidar com tudo isso, mas no fim, cada um lidou e tem lidado como pode, alguns sofreram muito, outros criaram muito.

Que modo de vida cada um consegue criar para si?

O isolamento pode ser uma solução?